Ao contrário de voce, evito personalizar as discussões. E extrais mal.
Pouco importa quem ou o que nestes detalhes. O fato é que a lei do curta, o art. 13, explicitamente em vigor, nunca foi abolido, como mais recentemente reconheceu o Ministério Publico, consultado pelo Marcelo Lafitte, e o escândalo é uma lei federal ser descumprida pelo governo federal, Weffort, Gilberto Gil, Juca ou quem quer que o represente. O projeto Magela naquela época, tantos anos atrás, não era uma “nova E a Ancine de ontem e de hoje recusa-se a cumprir a lei federal. E como as ABDs presentes, endossaram a proposta do Santeiro.
No último dia da plenária final, antes das Isto é o que se chama de “golpe”. Sem consulta a ninguem fêz-se um Nesta democracia colonizada qualquer um pode defender os interesses do Coincidencia ou não o fato é que as ABDs tem servido de escada a estes Encurtando a conversa, afinal trata-se do curta, a sugestão de Pois muito bem, pra voces, há dez, 15 ou 20 anos no pedaço pode ser Já vai longa esta mensagem, imagina se eu for historiar em detalhe a O que parece que voces não entendem e pra mim isto é o que basta, é Todos os brasileiros tem direito nato em qualquer área ou setor à E por favor, poupe-nos de sua desinformação esclarecida e seletiva, assim como espero que Citando Marcos |
Archive for janeiro, 2010
A Luta do Curta.
quarta-feira, janeiro 27th, 2010Remoçando.
sábado, janeiro 23rd, 2010Remoçando.
Não sei porque insistir, mas insisto. São casualidades que tornam-se causalidades? Falei a vocês do reencontro do colégio em dezembro quando ressurgiu o meu poema castroalvino para a Helena que não conheci e ao reproduzir a coluna para os colegas lamentando a perda da minha tradução na época em 1962 para o famoso poema If, de Rudyard Kipling, não é que outro deles, o Pedro Paulo me diz que o tinha guardado.
E, de novo, 47 anos depois, revi-o e o reconheci. Não sei porque o traduzi, talvez por desafio, quem sabe dele se falou em alguma aula, uma aula de inglês provávelmente. Embora nativista radical, nacionalista não, o conceito de nação é mais uma das barbaridades na nascença do capitalismo, engodo unificando as republicas e monarquias europeias para o domínio do imperialismo sobre o mundo, no entanto, dei-me e muito prezo o aprendizado do inglês e francês que permitiu-me sem sair de casa viajar literáriamente nestas línguas e isto me basta, não preciso sair do meu quintal, ainda mais agora, nas ondas da rede.
Meu nativismo, eu fruto de minha terra e minha gente, não me impede antes me estimula visitar os nativismos alheios, Kipling, o grande e festejado escritor britânico nascido em Bombaim a 1856 e morto em Londres a 1936, Nobel de Literatura em 1903, mereceu por outro lado de seu compatriota George Orwell o apôdo um tanto inglório de profeta do imperialismo inglês. Seu poema If (Se) é sem duvida uma destas louvações ao individualismo liberal que não deveria ou deveria ter me encantado à época. Não creio. Não que já tivesse então as minhas convicções comunistas de agora mas certamente desde cedo, aos dezasset’anos, ou ainda bem antes já não me faltava o gôsto da bravata que orgulhosamente hoje como ontem ostensivamente cultivo.
Mais tarde ainda como estudante de sociologia de fato traduzi alguns clássicos como Mannheim, Merton e Deutscher não só pelos trocados ou créditos no curso mas pela empáfia de dizer na minha lingua o que disseram eles nas deles. Seja como fôr, ofereço-lhes este arroubo juvenil que cotejado com o original que tambem lhes ofereço não ficou de todo mal, com algumas licenças, afinal tradutor traidor, só o que mais lhe falta é a musicalidade nas palavras, esta vejo que me faltou. Primeiro êle, o original, depois a minha, a tradução. Contextos à parte, é sempre uma bela canção, e nesta revisita, remoça-me e retorna-me como se possível aos tempos há tempos passados.
If
If you can keep your head when all about you If you can dream – and not make dreams your master; If you can make one heap of all your winnings If you can talk with crowds and keep your virtue, |
If (de Rudyard Kipling, em minha tradução, 1962).
Se
Se consegues manter a calma
quando à tua volta todos a perdem
e te culpam por isso.
Se consegues ter confiança em ti
quando todos duvidam de ti
e aceitas as suas dúvidas
Se consegues esperar sem te cansares por esperar
ou caluniado não responderes com calúnias
ou odiado não dares espaço ao ódio
sem porém te fazeres demasiado bom
ou falares cheio de conhecimentos
Se consegues sonhar
sem fazeres dos sonhos teus mestres
Se consegues pensar
sem fazeres dos pensamentos teus objetivos
Se consegues encontrar-te com o Triunfo e a Derrota
e tratares esses dois impostores do mesmo modo
Se consegues suportar
a escuta das verdades que dizes
distorcidas pelos que te querem ver
cair em armadilhas
ou encarar tudo aquilo pelo qual lutaste na vida
ficar destruído
e reconstruíres tudo de novo
com instrumentos gastos pelo tempo
Se consegues num único passo
arriscar tudo o que conquistaste
num lançamento de cara ou coroa,
perderes e recomeçares de novo
sem nunca suspirares palavras da tua perda.
Se consegues constringir o teu coração,
nervos e força
para te servirem na tua vez
já depois de não existirem,
e aguentares
quando já nada tens em ti
a não ser a vontade que te diz:
“Aguenta-te!”
Se consegues falar para multidões
e permaneceres com as tuas virtudes
ou andares entre reis e pobres
e agires naturalmente
Se nem inimigos
ou amigos queridos
te conseguirem ofender
Se todas as pessoas contam contigo
mas nenhuma demasiado
Se consegues preencher cada minuto
dando valor
a todos os segundos que passam
Tua é a Terra
e tudo o que nela existe
e mais ainda,
tu és um Homem, meu filho!
Sergio Santeiro.
Somos Imitadores.
sábado, janeiro 2nd, 2010Somos Imitadores.
Somos imitadores, temos dois olhares, olhamos no espelho e olhamos em volta. No espelho para ver se estamos nos agradando, em volta para ver se estamos agradando aos outros. E vamos nos imitando e imitando os outros para apurar o agrado.
Podemos também cultivar o desagrado, de repente o que nos agrada é desagradar a outrem, merecida ou imerecidamente, é como açúcar e sal, um revela o outro, não são o mesmo, não são idênticos, não são iguais, antípodas, o postos, um não cabe onde cabe o outro, ou cabe?
Cabemos, é claro que cabemos, é só um o mundo, só está mal distribuído, ou melhor, nunca foi distribuído, foi sendo apropriado e apropiando-se os apropiadores pela força, esta coisa inumana porque tampouco é universalmente distribuída. A força só se mantém pela força, nada há que a justifica a não ser o seu emprego para o bem geral de todos.
Há que se usar a força e também a das idéias para se debelar os obstáculos naturais, a esta altura dos milênios, também multiplicados por nós, pelos detentores da força humana, mal aplicada porque não é universalmente distribuída. Mas não é, não se pode, usar a força contra no mínimo nenhum de nós humanos. Ou será contra os viventes?
Há quem acredite, quase chego lá, que tudo é vivente, tudo é vida. Parece que tudo é emanação e troca de energia, isto é a vida. Quando pára, quando cessa, quando fêz-se?
Bem aí a coisa complica, e eu não vim pra complicar-me. Como desatar o nó górdio do pensamento sem nos desatarmos de todo? Por enquanto deixa estar. Quem sabe algum dia o nó desfaz-se por si mesmo ou alguém desata-o: um Einstein, um Darwin ou um Marx.
Em que espelhos nos vemos? O de dentro ou o de fora, e nos outros igualmente o que é dentro ou o que é fora? Babel de espelhos e miragens, gentes passando de dentro pra fora e de fora pra dentro. A quem imitamos? E é claro que não é só conscientemente, há como uma mímesis, uma imitação natural, vemos mais aos outros que a nós mesmos no de fora, no de dentro inverte-se a equação, vemos mais a nós mesmos que aos outros, nova babel.
Profundezas à parte, o certo é que temos a humanidade mal distribuída até na imitação, temos imitado mal. Começa que montou-se o que se chama vida humana como as pirâmides, piramidal. Continua que a base apesar de dominada pela força da cúpula ela é que é a força que a tudo sustenta.
E ela é a que vive a vida humana, a medida que se vai subindo, vai se acrescentando esquemas para afastar-se da base, querem os cupuláveis subir sempre mais. Vai se inventando negócios, valores, mentalidades que mantém a inexplicável supremacia das pirâmides,babéis.
Em baixo, aqui no chão, multiplica-se a vida, necessàriamente compartilhada, tem menos para os muitos, e a medida que se sobe mais sobra para os poucos. Como solução, abaixo as pirâmides, como a babel. Cada um só terá direito ao maior espaço de sua sombra, e será um recomeço. Espelho, espelho meu, alguém será mais agradável do que eu, ou desagrado-vos?
Sergio Santeiro (santeiro@anaterra.mus.br).