Tudo bem mas não cá
Se der é bom se não der é bom tambem
Quero que o mundo se explique pra mim
Não se diz sim nem não diz-se talvez
Não deixa pra mim que eu não chuto
Quando ouvir alguem falar confira
Não pense duas vêzes basta uma
Não peça mais do que pode carregar
Não pára não xinga não reclama
Deixe para amanhã o que não puder fazer hoje
Nem veio e já tá botando banca
Se daqui a pouco nada acontecer vai ter que ser daqui a mais um pouco
Tudo isso é o que você pensa
O que te incomoda não é necessáriamente real
Meu caro barato é que não é
Não é o que se quer mas o que se pode
Ao encerrar os prazos é preciso renová-los
Menos que zero é menos mais que zero é mais
O pensamento vem aos pedaços
Estranho e nebuloso é este nosso país
Mentiras repetitivamente não se fazem verdades
Inacreditávelmente confia-se no réu confesso para quem a única defesa é o ataque que numa tática de afogado quer arrastar o mais alto
Não é crível que se queira incriminar autoridades irresponsávelmente como responsáveis por atos de terceiros eventuais subalternos e quando nem subalternos são
Imagina se essa moda pegue e os torturadores de antes e de agora a quem subalternizam
Imagina uma cruzada da mídia burguesa subsidiada pela propaganda estatal e privada a priori distribuindo as culpas e as condenações
É a mesma que açulou, provocou e acobertou diuturnamente o golpe civil-militar de 64 e sua máquina de morte
E assim grassam as mentiras pastando em tantas colunas de jornal
Bancos privados não podem fazer empréstimos de risco a quem quizerem e o capitalismo onde fica
Não se pode sacar dinheiro no caixa?
Imaginar que o primeiro escalão da Republica se ocupe da contabilidade miúda enquanto tem que gerar e dar conta de um orçamento nacional de trilhões por ano
Imaginar que saiba ou queira saber da fulanização das disputas partidárias quando tem que enfrentar a maior crise do monetarismo internacional e enfrenta bem
E qual o problema de ciranda financeira de verbas de propaganda quem não?
Por que “marketing” (malditas palavras estrangeiras). marquetinhos, mercadores, marqueteiros não pode ?
E se não pode o que fazer dessas fortunas isentadas de impostos que sustentam ou abafam as necessidades dos mercados culturais e midiáticos
As verbas de propaganda dão de mil em qualquer orçamento de governo porque “são a alma do negócio” no seio capitalista
Algum problema pode haver como troca de notas frias qual empresário não faz
Qual emprêsa nacional ou estrangeira não sonega impostos ou malversa seus recursos?
Lamentávelmente conta-se com o Supremo fazendo continhas de chegar e colchas de retalho como uma velha ranheta que “supõe” ou “ilaciona” transações muito aquém de receitas de novela
Faz-me lembrar a marcha da familia de triste memória
A de agora é como se fôsse uma tentativa de revanche direitista sempre e para sempre derrotada nas urnas voltando a sua única estratégia perversa: o denuncismo néo-udenista e a sofreguidão de canastrões de chanchada togados ou não
Gostaria que os caminhantes da 100 mil se dessem conta do que ocorre lembrassem o que é a caminhada e renovassem seu apoio e solidariedade em confiança a um dos nossos a quem os bufões querem bufonizar só porque é um dos construtores, um dos 100 mil, da democracia brasileira
A José Dirceu